Costuma dizer-se que há dias em que o melhor seria nem sequer sair de casa, bom no meu caso digo o oposto... O melhor seria não ter voltado para casa tão cedo.
Chego a casa e perguntas-me como correu o dia, mas de repente olhas para o relógio e percebes que é demasiado cedo para estar ali. Sem perguntares sequer o motivo do meu regresso a casa, atacas-me com perguntas e acusações.
Perguntas-me onde estive e porque estou ali, mas não esperas pela resposta. Dizes-me que estás farta de me ver desperdiçar a minha vida, que não podes continuar a compactuar calada com as minhas atitudes e decisões, que não me esforço para melhorar nada à minha volta e que tudo o que faço é lamentar-me, que estou obcecada e descontrolada. Continuo calada.
Alguns minutos depois percebes a minha presença na sala e pões finalmente um fim à gritaria... Sento-me e em silêncio espero que a poeira assente, quando finalmente o fazes estou tão desfeita que só preciso de estar sozinha. Quase uma hora depois sentas-te e pedes-me que diga tudo o que me apetecer dizer, mas eu só queria mesmo contar-te o que acabara de acontecer, só queria que me aconselhasses e esclarecesses! O que acabaste por fazer. Acabaste por me dar um dos teus sermões e depois da tempestade passar consegui ouvir-te e dar-te razão em grande parte dos pontos que frisaste.
O melhor das nossas discussões é que acabam com um abraço como aqueles que costumavas dar-me para me consolar quando me magoava quando era (ainda) mais pequenina! E é dizer e ouvir-te dizer "Amo-te Margarida!" =)